WOYZECK

01 - 02 Jul 2022

WOYZECK

Espetáculo dos alunos finalistas da licenciatura em teatro da ESTC

De Georg Büchner Encenação Maria João Vicente

©Ana Miffon

Sinopse

Datas e Horários

1 E 2 JUL
sex e sáb 21:00

Sala e Preços

Classificação

M/12

(…)só por causa daquele tracinho de união entre o sim e o não, o sim… e o não, meu capitão. Sim e não?
É o não que tem culpa do sim, ou o sim que tem culpa do não? Vou pensar nisto.
(Woyzeck, cena 14)

 

Woyzeck é um homem pobre, iletrado, explorado pelos outros e sensível. Este homem, que tenta desesperadamente ser um homem bom, ouve vozes estranhas, tem visões e sente-se perseguido. Woyzeck luta consigo próprio, luta contra si próprio. Enredado numa teia de impossibilidades, sociais e da sua própria natureza, Woyzeck é um homem acossado, que perde progressivamente a relação com a realidade, acabando por matar a mulher que ama. A obra inspira-se em factos reais, sobretudo no caso de Johann Christian Woyzeck, desempregado, ex-peruqueiro e ex-soldado, que esfaqueia até à morte a sua amante. O homónimo do anti-herói da peça de Georg Büchner, foi decapitado publicamente, perante uma audiência numerosa, depois de um longo processo judicial, que incluiu diversos exames psicológicos, para determinar se poderia, ou não, ser considerado inimputável. É precisamente nesta dúvida, nesta hesitação, que Büchner centra o seu drama: será Woyzeck um louco ou um visionário? A peça, inacabada e descontinua, reconstruída diversas vezes ao longo da história do teatro ocidental, a partir dos quatro manuscritos que chegaram até nós, aprofunda e adensa esta questão fundamental. Teremos nós a capacidade de controlar todas as nossas ações e, portanto, sermos responsáveis por elas, ou seremos conduzidos, e condicionados, a agir por impulsos internos e contextos exteriores como a desigualdade, a exploração e a pobreza? Esta obra, começada a escrever em 1836, não foi concluída, devido à morte prematura de Büchner, mantém-se profundamente atual, quer pelos temas que explora, quer pela estrutura, descontinua e fragmentária, que antecipa a modernidade. Num momento em que as guerras, a desigualdade, a violência, a fome e a pobreza nos assombram, em que o consumo já não nos serve de consolo, revisitar Büchner e o seu Woyzeck, constitui, também, uma meditação cénica e ética sobre o lugar da cena – um território liminar e de liberdade.

 

 

*Entrada livre, mediante levantamento de bilhetes na bilheteira do Teatro da Trindade e sujeita à lotação da sala.

Ficha artística

Tradução João Barrento

Direção do projeto, encenação e conceção plástica Maria João Vicente

Assistência de encenação e direção de cena Sofia Ramos (ramo de produção)

Interpretação Andreia Silva, Catarina Barbosa, Diogo Campos, Filipe Pinto D’Oliveira, Francisco Pires, Mariana do Ó, Meli Torella e Sofia Hora Marques (ramo de atores)

Desenho de luz Miguel Cruz

Operação de luz Gonçalo Monteiro (ramo de produção – 1º ano)

Operação de som Raquel Caetano (ramo de produção – 1º ano)

Produção e fotografia Ana Miffon (ramo de produção)

 

Equipa Pedagógica ESTC
Interpretação Maria João Vicente

Produção Conceição Mendes, João Belo e Miguel Cruz

Apoio voz João Henriques e Sara Belo

Apoio encenação Jean Paul Bucchieri

Apoio cenografia José Espada

Gabinete de produção ESTC Rui Girão e Rute Reis

Gabinete de comunicação ESTC João Meirinhos

 

Agradecimentos António Azevedo Gomes, António Neves Silva, David Antunes, Fernando Alvarez, Flor Faria, Jet Vos, João Calixto, João Barrento, Maria da Luz do Ó, Miguel Mendes, Nuno Cardoso, Sérgio Loureiro, Stéphane Alberto e Teatro Experimental de Cascais

 

Duração 1h30

 

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